terça-feira, 4 de março de 2014

O Último Poeta

Põe isto em tua própria mão,
Pois onde sentaram fantasmas,
É bem vindo também o filósofo.
E agora para que goze de sua arte e favor
Cria logo outra dúzia de novos fantasmas.

Porque como são maravilhosos aqueles seres
Que interpretam o que não se pode ser interpretado.
Leem o que jamais foi escrito.
Vencem em reunir o que está confuso
E encontram caminhos até na eterna escuridão.

Muito gostaria de a ela perguntar,
Mas sempre estou sendo impedido.
Se antes de eu nascer
Onde ela já teria ouvido o meu nome?
Ela é uma velha sílaba
E quase desenha a si própria.
Ela, a morte e todos nós,
Somos sonhos de um sonho.
Os sonhos não te dizem o que acontecerá, mas sim o que farão.


Autor: Welker Melo


Um comentário:

  1. O Primeiro Poeta
    Um tal geômetra,
    Descuidado de caixa incôndita,
    Largou fora formosura fecunda.
    Pelas esquinas discentes
    Duma retunda docente,
    Onde formigam recentes
    Histórias de quem se mente
    Ter mais que memória imunda:
    Do que como semente a sua vida muda,
    Mas pouco significa da perdição que o inunda.

    Sôfrega dependência,
    Algoz da vivência sã
    N’alma malsã
    Dada via por tentativa vã
    De ter-te em ti
    A carnosa primeira maçã.


    PS: ...vamos juntos novamente

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